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1. |
Regabofe d'Abertura
02:36
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Regabofe mau
é batatas sem o principal
Regabofe bom
ai boquinha que se lambuzou
Regabofe trágico
ataca o fígado frágil
Regabofe tântrico
aeróbico-romântico
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2. |
Canção de Rejeição
04:08
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Bicho curioso complicas demais
Sabes onde vais mas preferes ir à volta
Dobras duas esquinas e viras para trás
Onde chegarias por rua mais torta
Tradições antigas são vinhos passados
Os galos para guisados não fazem amigas
Duas ligeirinhas e voltas para trás
Bicho complicado e de garras compridas
Mas também do que é que estavas à espera
coisinha preguiçosa e transtornada
Ser conflituoso complicas-te a vida
Ser desamparado já nada te importa
Bicho casca-grossa de pouca família
Coisa doentia embaixada do contra
Ideias esquecidas não gastam dinheiro
Os galos ao guisá-los não cantam cantigas
Bicho ruidoso não digas asneiras
Não sobrevivias à crise dos 30
Quanto convencido ainda era moço
e acabou-se muito antes do suposto
O gato que se mata curioso
é burro mais que perigoso
não acabaste nada
não conseguiste nada
não aprendeste nada
e nem fingiste nada
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3. |
Trad-Mosh
03:12
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Haja vontade de insistir todos os dias
Mas com paciência lá convenço as minhas crias
A juntar os bombos para bombar no Trad-Mosh
Quero toda a gente a rir
é nisto é que o papá é boss
Mosh Mosh
Molhos de paixão e o coração fica mais doce
e o deboche
é a rotina é o nosso amor de Mosh-Mosh
Haja respeito para passar da introdução
Enquanto eu canto andam manos pelo chão
Fica impossível segurar o Trad-Mosh
Já perdi o jeito
o papá não está assim tão boss
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4. |
A Mula e a Raposa
04:17
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O que a mula mais detesta
é escolher um mal menor
Quando uma hipótese é horrível
e a outra ainda é pior
O que a águia não percebe é
porque volta sempre a fome
Não é falta de cultura
é a morte que a consome
A baleia ainda tem dúvidas
quanto ao sobrenatural
Mas nunca foi mais indiferente
às questões de identidade nacional
A raposa pôs-se à escuta e ouviu
o burburinho da extinção
Também já não estava à espera
de mais que uma imensa solidão
Vai dar ao mesmo tanto faz o animal
Depois do mundo o universo fica igual
Para lá do tempo não há vida material
Embora óbvio só agora é que é banal
Era óbvio
É banal
O que era óbvio logo passa a ser banal
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5. |
Padeirinha
03:33
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Padeirinha noite dentro
Água, farinha, sal e fermento
Noites cheias vida fora
Do que sabem as mãos pelas mãos se melhora
Do calor que pões no forno
O pau é do sobro as paredes são grossas
Amanhã ainda está morno
Padeirinha do fogo não te sobra para galhofas
Descansas à tardinha, Padeirinha
Começas à noitinha e vais até de manhãzinha
Padeirinha autodidacta
quantos pãos fizeste à bruta
Quantos sairão azedos
de suor e de segredos
Se a manhã já te apanha de bruços
Aos primeiros azuis
E no ar um cheirinho a queimado
Padeirinha tem cuidado
Não te faças rogada à cobrança
Que é como diz o Sancho Pança
"O Abade
aonde canta
janta"
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6. |
Aritmética
02:14
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1 aldrabão e 2 tansas
3 piscinas
3 piscinas 4 contas
7 iphones
3 jagunços 5 passas 2 amigos
com os outros 7 faz 17 mirones
juntam-se 4 desgarradas 6 viúvas
já são ao todo 27 concorrentes
2 impotentes 1 casa 7 filhos
e a partir dos 37 é toda a gente
MAIS 5 de entrecosto e 5 de uvas
e vai a conta para 47 doses
7 papas 7 vacas 7 culpas
e já passámos dos 67 podres
Já não cabe nem solteiro
e é o ano inteiro
que o inferno está tão cheio
até o Diabo se mudou
eram cerca de 70 amontoados
7 fracos
7 chulos
e outros 7 desmaiaram
dos 49
7 fantasias
7 e 7 é um soneto
só 28 é que cantavam
são 7 drones
7 patinhos
e já perto do final 7 múmias com calor
só sobraram este 7 gambuzinos
6 de arquivo nacional
e 1 que fica para o autor
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7. |
Natureza Radical
04:16
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A noite é negra o vento só ajuda
os predadores à matança
À luz das estrelas piam todas as corujas
Às escuras dormem as crianças
Com o cheiro a chuva não há lince que se engane
Dois coelhinhos no bandulho
Aranhões, lacraus e centopeias
andam sob os pedregulhos / andam homens aos tortulhos
É de teor paranormal
a Natureza radical
(Quero agradecer a todos os herbívoros
que arriscam diariamente a sua vida e a dos seus
para o bem de carnívoros,
omnívoros, necrófagos e talhantes
Nas barbas do carneiro cornudo
jantam borrego
o saca-rabos e o texugo)
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8. |
O Anti-Fado
03:40
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Perante as grandes verdades
sou anti-cumplicidades
Rejeito as pontas e o meio
sou do tipo anti-feio
Sou anti-crime e anti-leis
anti-história e anti-reis
Todo o saber um dia parte-se
sou anti-Freud sou o anti-Marx
Não há truque semiótico
eu sou anti-patriótico
Faço o direito em cepa torta
sou anti-basta e anti-corta
Anti-sol e quebra-gelos
eu sou do anti-anti-pêlos
Sirvo a água menos pura
sou anti-vida e anti-cura
Estás estúpido ou quê
o teu cinismo nunca foi tão demodê
Eloquência para quê
o pessimismo nunca foi tão demodê
O sexo é simples e é efémero
eu sou do anti-género
Não sou pragmático nem estético
sou imoral e anti-ético
Não tenho margem nem verba
Não tenho cu para festas de merda
Faço a farra no meu ermitério
anti-cómico e anti-sério
Ortografia não é literatura
mas endireita a criança mais dura
A matemática sou eu que faço
anti-Deus e anti-espaço
Não acredito em mentiras
Eu nunca vi maravilhas
Quando morrer e for queimado
ainda vou ser o Anti-Fado
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9. |
Lambe-Cus
02:37
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Lambe-cus tem uma atitude excepcional perante a vida
Deixa-me abraçar-te, meu, estás de parabéns
Tanta originalidade, andam todos teus reféns
És o máximo, fantástico, um gajo superior
Um tipo extraordinário e de hora a hora estás melhor
Obrigado, és simpático, nem eu próprio o diria tão bem
Junta-te a nós, come do que eu cozinhei
Traz os teus, fuma desta, mas responde que nenhuns
Sempre que te perguntarem quantos são os cus que lambe um Lambe-cus
Toma todos os partidos
Lambe-cus está sempre rodeado de amigos
Deixa-me ficar, pá, adoro o casarão
Olha para os teus filhos, são a puta perfeição
Quando falas todos escutam, quando cantas todos choram
Quando te chegas à janela até os passarinhos olham
Lambe-Botas, Chupa-Rabos, Troca-Pichas, Lambe-Cus!
Só quem é parvo não adora um lambe-cus
Eu adoro, tu adoras, eles adoram e juntos
evitamos perguntar quantos são os cus que lambe um Lambe-cus
Lambe feridas e umbigos
Lambe-cus está sempre rodeado de amigos
Lambe-cus tem uma atitude excepcional perante a vida
não merece estragar!
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10. |
Namorada
02:45
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Namorada mal eu ponho
algum dos teus vestidos
Dou-lhe umas voltas
e ficamos os melhores amigos
Eu sou compreensivo
e sou excelente conversa
O cabelo mais bonito
coroa da mais linda testa
Namorada mal eu cobro
algum dos meus desejos
Dou-lhe umas voltas
e ficamos ambos interesseiros
Cais-me em cima por nada
e aí é que eu me rebolo
Antes uma das tuas
que 20 ou 30 das a solo
Vamos passear a pé
de pernas encostadas
regatear beijinhos
trocar umas dentadas
Apalpar cinturas
desafiar mamocas
que isto a vida não é só
ou de pipis ou de pipocas
ai!
Namorada mal eu ponho
umas das tuas calças
Reparas logo como eu tenho
um granda cu de gaja
Umas vezes erótico
outras vezes patético
E por mais metafórico
não é um rabo poético
No entanto com pouco
consegues impossíveis
Não há coro mais brando
para namoros mais incríveis
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11. |
Mínima Atenção
04:41
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Quem nunca se usou
de caras furtivas
Pões a tua voz mais fácil
e está na hora da foda
Em lambidas e linguados
é amizade e amor
Mas no fundamental
é amizade normal
Quem nunca se impôs
numa fase introspectiva
Deixo a minha lógica à solta
sabes que vai dar em nada
Quando vais para longe
afinco no chão
É escusado dizeres
desmancha-prazeres
Dá-me as tuas mãos
e conta-me quando foi
que eu não reparei nos teus sinais
Encanto-me e apetece-me logo
à mínima atenção!
(Tíbias, fémures
ílios e metacarpos
omoplatas, clavículas
ombros, pescoços e braços
biceps, triceps
glúteos e abdominais
gémeos, trapézios
deltóides e peitorais
amassos, afagos
aconchegos, paladares
nádegas, flancos
sobrolhos e maxilares
desmaios, suspiros
roncos, gargalhadas
palavras de gozo
balelas e fantochadas)
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12. |
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Sem a graça do Camilo
Nem as barbas do Antero
Sem coragem, sem um estilo
Só a retórica a frio
Numa métrica de ferro
Sem a honra dos antigos
Sem Jesus nem Ganymedes
Só na ponta de um pauzito
Uma cenoura de esferovite
E de mapa um quantos-queres
Vou contar a vida toda
em redondilha cruzada
Como qualquer ego filho-da-puta
ainda posso fundar um país
à porrada
Abro o coração
mostro tudo a 100%
Como qualquer ego filho-da-puta
ainda posso fundar um país
e fechar-me lá dentro
Nem carente nem aflito
E sem problemas de maior
Estado civil: comprometido
Quem sabe repetir decor
É o preferido do professor
Juntem palmas aos heróis da nação
Palmas D. Dinis e D. João
Palmas D. Teresa e D. Sebastião
Palmas ao Infante de Sagres, palmas à expansão
Palmas ao Marquês e à Inquisição
Palmas D. Inês pelo nosso garanhão
Palmas aos fascistas e à emigração
Chega milho e palha que o vinho não é verde
Enche de vermelho a quem se armar ao pingarelho
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13. |
Instrumental
02:59
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14. |
Prognósticos
04:41
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Uma pessoa que em princípio estava bem
e de repente ficou na merda
Idealmente todos teriam lugar
no céu dos agnósticos
A alma amiga que deixa os camaradas
nas suas vidinhas tacanhas
A alma feia de um jovem reacionário
Uma pessoa conhecida estava mal
e de repente desaparece
Sinceramente ninguém está livre
de se silenciarem os seus prognósticos
Mas para alguém vigoroso e corpulento
com papel, vitaminado
Não é bem igual àquele indivíduo
que é explorado
E a cada mais 100 anos que hão-de vir
hão-de vir mais maldades e agonia/amargura
hão-de vir mais injustiças e azar/desgraça
nunca vão faltar desgosto e abandono
E a cada mais 1000 anos que durarmos
hão-de ser 1000 anos de destruição
1000 anos de egoísmo e esquecimento
1000 anos de homicídio e desencontro
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15. |
Mudar de Método
04:47
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Faunos do jardim
Bruxas do pomar
Ele há bois e javalis
Andam grifos a planar
Quem se engana não tem manos
De quem é dócil nem falamos
Entre animais e desumanos
tens que imaginar
Eu não sou daqui
venho a passar
Para a matiné
não vou ficar
Se se esquecerem de mim
mais devagar
Nem assim me convenço
Nem pensar
Exílios, lutas
com certeza não há respostas nem perguntas
Vamos juntos de passeio
no campo os velhos são carvalhos e sobreiros
Não se aprende do que sabemos
Não se aguenta o que pensamos
São meus os teus enganos
tens que me perdoar
Eu não sou daqui
venho a passar
Para a matiné
não vou ficar
Se se esquecerem de mim
mais devagar
Nem assim me convençem
Nem pensar
Se não está bem assim
não duvides de mim
ensina-me lá
Eu quero ser melhor e maior
eu aguento
ensina-me já
E tudo o que eu não sei
o que eu não faço bem
ensinaste-me mal
Tem paciência para mim
dá-me amor e carinho
quando eu me sinta pior
E se não resultar o melhor é mudar de método
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B Fachada Portugal
Aqui, a música persiste e é de todos, e também o seu comércio é justo e directo.
Mantenho, claro, as versões que
considero "oficiais" das letras, dos créditos e da cronologia. Ou, pelo menos, tanto quanto me vou lembrando...
Assim seja por mais uns anos.
... more
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