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1. |
Camuflado
05:18
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Zecas e fraternidades
a sujar-me o babete
Gastámos a flor da vontade
a preparar um come back
Afogam-se as velhas vaidades
em saudades do prec
Aos anos que nesta cabeça
já não pousa gilete
Ponho o camuflado a render
Curiosamente a malta paga para ver
Ponho o camuflado a render
Curiosamente a malta paga para o vir ver
Guerras e tréguas e gacs
ficam escritos na pedra
Amordaçam-se as vanguardas
pés assentes na berra
O touro marra com força
o porco fuça na merda
Não há pau que de tão grosso
não precise de uma esfrega
Ponho o camuflado a render
Consequentemente a malta paga para ver
Ponho o camuflado a render
Aparentemente a malta paga para o vir ver
Acima da média
a vida não pára
Um beijo na cara
e fica bem
Esfolados à séria
com as facas na brasa
O doce da casa
e fica bem
Nem danças nem conversas
nem cantas o mau e o feio
Chegas tarde vens às cegas
debicar-nos o peito
Já não ladram as feras
apertámos-lhes o freio
É sempre hora da sossega
há sempre tempo para fumeiro
Desculpado o tarrafal
resolvida a cena na guiné
Largo rumo à catedral
para ver outro a sair do pontapé
Mais touriga nacional
mais medronho mais tempo no café
A tv foi ao local
para ver outro na ponta do pontapé
"A ovelha bale bale"
Bale um balido badalado
e bale bale a do lado por sua vez
"A ovelha bale bale"
Bale um balido embalado
e bale bale bale a do lado
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2. |
Um fandango ensaiadinho
06:45
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No meio da cambada fura
Muita parra pouca dura
Há que dizê-lo: haja fartura
e quanta variedade cultural
Em plena fase bera
vê que santa primavera
Enquanto o sol prospera
bota grelha e sementeira no quintal
Sapateiras e tunas
a brincar nas dunas
Quem é que fica à tona
só a bruxa e a matrona
Passo mal e o mal que não morda
Não ponho peixe na açorda
Pára e escuta
mais um rabo para a labuta
Para lá da portela pula
Os states são uma loucura
Surf poetas falo e chula
há sempre mais alguém para comprar
A pátria num barco à vela
é vê-la agora quem fica nela
Sete cães a cada trela
sobram seis sem mão a mandar
E esta modinha brusca
da cantiguinha patusca
Dá-se o mindinho
e a populaça puxa puxa
Manter a compostura
eu sei que facilita a leitura
É o mesmo abraço
com mais coca e mais cagaço
Uma na lapela
outra do barril
Duas na tigela
bagaço por funil
Foi por culpa dela
sozinha no desfile
Gritavam das janelas:
nem janeiras quanto mais abril
De caminha à manta-rota
lê-se a literatura toda
Três pintoras coisa pouca
Iscas e pastéis vamos embora
Nem se pratica a morena
Somos todos iguais é a cena
Solução que põe outro problema
e assim por aí fora
Deu-se o tempo
Deu-se o cabelo ao vento
Deram-se aos filhos as mamadas
e aos crescidos deu-se o alimento
Pelo menos
enquanto formos pequenos
Temos muito mais sabor
como as laranjas que esprememos
O bem que não fazia em meu lugar
uma banda para tocar o vira
Um fandango ensaiadinho ia bombar
Quantas taças cheias ao luar
e ninguém a trabalhar a lira
Um fandango ensaiadinho vou te contar
o bem que não fazia em meu lugar
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3. |
Dá mais música à bófia
05:45
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Primeira noite quente
mais uma lambreta na messe
Quem é que se apresenta
quem vai ver o que acontece
Leva a charanga toda
que essa bota já mexe
é é
mexe
As fardas vão de carro
e os paisanas seguem a ralé
Os outros passaram
para além do cais do sodré
O chegadinho é tal
que o povo canta todo em pé
é é
em pé:
A polícia fica louca
quando a canção cabe na boca
No meio da via
bacia com bacia
empurra em sintonia com o de trás
Apaziguam-se os agentes da paz
E a carícia intensifica a cada flash
Vermelho luzia
o suor escorria
e o povo que assistia
já sabia doutra vez:
Não dances onde não deves
senão comes onde não queres
Folga o resto da cidade sem vocês
Tantas forças numa parada
paradas para dançar
Tantas facas juntas sem queijo
sem queijo para mostrar
Deixam sempre uns quantos pintelhos
pintelhos por rapar
Ouve os meus conselhos
estou velho
e mais velho vou ficar
Sabes que o bigode
já não está na moda
nem com buços do vinho
dá mais música à bófia
Chegas para o pagode
já não está na hora
é mais um prego no preto
e um tirinho para a memória
dá música à bófia
Um tirinho para a memória
dá mais música à bófia
Sacode-a
Bota abaixo
Um passo em falso
e o cinto encaixa
Pega
Pega
a pegar no colega
Esfrega
Esfrega
a esfregar no colega
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4. |
Crus
06:40
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Não fica confuso
por coisa que o valha
Tens o teu amigo
O amor nunca atrapalha
Ouve o pardalinho
no meio da maralha
Leva o teu amigo
O amor nunca atrapalha
Lua nova e o mar a bater-nos
Saliva pela gruta
cacimba da boca
Peixinhos e pirilampos
Ou no mato
uma perna a fechar-se na gola
Maminhas maduras que espreitam
do meio do nevoeiro
No sofá
bom
No banho
convívio
Paleolítico contra o granito
ou no tojo ou nas escadas da sé
Maleducados
Deitados ao comprido
Mais místicos e dísticos
Ai ricos vícios por compreender
Depois não digas que não gostas
gostas
De mais perguntas que respostas
gostas
Ter as lembranças todas tortas
gostas
O mar pela frente e a cruz às costas
gostas
gostas
Na varanda
na cara do bairro
Coragem estamina
franguinhos meloas
Mirones e saltimbancos
Ou num barco
no mar da escandinávia
Uns dedões matulões que espreitam
do meio dos marinheiros
Já nem se fala das asneiras com as amigas
Tu com os copos
e elas perdidas
Barrigas que nunca mais vês
Quem diria que havia no meio do risco
um abrigo
Um consolo que fica contigo
e fermenta a valer
Tens o diabo no corpo e a voz da razão
(chega de tiros para o ar com pistolas de cartão)
Tens liberdades no bolso e algemas na mão
(chega de tiros para o ar com pistolas de cartão)
Ai Ximena a vida é quarentena
Ai Ximena
Ai Ximena é o bicho da gangrena
Ai Ximena
Ai Ximena a idade do dilema
Ai Ximena
Ai Ximena afinal foi doce e plena
Ai Ximena
Ai Ximena
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5. |
Pifarinho
04:17
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Leva canalha a mão à descoberta
o pífaro levanta-te a poeira do caminho
Trazes navalha
queres guardar a serra
mas a farra lá de baixo já te apanha cá no cimo
Por todo o lado os fumos das panelas
levantam cornucópias como flores o rosmaninho
Cabras douradas levam-te pela trela
rumo a bombos e farturas de alemanhas
Põe mais lenha no cachimbo
Deixei a minha porta aberta
"Reich
ich bin ein Poltergeist"
A mata aperta
a noite escura
alguém respira ao teu ouvido
Segues alerta
ficas à escuta
e o teu rebanho cala-se contigo
Tresanda a festa
tresanda a ditadura
O vale é que projecta o teu castigo
Não sabem do mal que os espera
tens a vista turva
Tens cachimbo tens paixão
e já sentes a batida no umbigo
Do nada uma fogueira
e em volta 124 louras sem vergonha nem saias
Deitadas na eira
em caminhas de trevos
com os relevos às chamas encarnadas
Chocalha a tenda
E por cima das peitaças pifarinho aprende línguas bárbaras:
"Reich
ich bin ein Poltergeist"
Suar e lutar
nunca pensei
como me fica bem
Comer e mamar
ai nunca pensei
como me fica bem
Soprar a matar
ai ai nunca pensei
Como me fica bem
sair a pastar
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6. |
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"Nem o voo do milhano
ao vento leste
Nem a rota da gaivota
ao vento norte
Nem toda a força do pano
todo o ano
Quebra a proa do mais forte
Nem a morte"
|
B Fachada Portugal
Aqui, a música persiste e é de todos, e também o seu comércio é justo e directo.
Mantenho, claro, as versões que
considero "oficiais" das letras, dos créditos e da cronologia. Ou, pelo menos, tanto quanto me vou lembrando...
Assim seja por mais uns anos.
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